sábado, 31 de janeiro de 2009

Pontinhos =/

Vai, eu te dou asas...
Elas servem pra voar, não é mesmo?
eu nunca quis ser as grades de ninguem 
talvez eu deva ser o fotografo, te observar 
mas nao te prender
nunca te prender...
não seria eu, nao seria voce...
eu vou ficar por aqui mesmo, suas asas são pequenas demais pra dois
e eu nunca voei antes, tenho medo
então só me resta a terra firme, e os binoculos
eu não me importo de ficar de longe, contanto que não fique de fora.
Pouse, as vezes. Eu não te peço mais nada.
cante no meu ouvido, diga tudo que pode ver lá de cima
mantenha-me dentro de seu mundo.
Eu devo parecer só mais um pontinho visto de lá, não é?
experimente ver as coisas do meu ponto de vista, uma vez
vai perceber que voce também não passa de um pontinho aqui de baixo.
longe...
tenho vertigens, só de imaginar
não é esse o seu mundo, está na hora de ir
levante voo, então.
desapareca no ceu azul, pra que eu vire apenas mais um pontinho
e voce tambem sera um pontinho
mas a diferenca é que, na grandeza desse céu sem fim,
eu ignoro o azul, fazendo de voce a unica coisa que preenche todo esse espaço.
até o horizonte te levar
e ai volta o azul
que vai ficando negro, negro...
e o pontinho não volta
ou minha vista está cansada demais pra enchergar
não importa... eu vou estar sempre no mesmo lugar
esperando o dia que voce me ensina a voar tambem...
volte.
Quem sabe até lá eu já tenha coragem.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Luz, Câmera, Ação!

Eu nasci pra fazer sucesso, infelizmente.

minha vida tá parecendo um espetáculo

onde todos esperam que o fim seja triunfante.

Obviamente, eu sou o maior espectador

Porque sou eu o que mais cria expectativas,

Que torce, que se glorifica e que fracassa em silêncio as vezes.

Já me disseram que eu tenho um inteligência invejável.

E vez por outra isso se torna minha maldição,

Porque eu posso ver a vida antes de vivê-la,

Porque eu posso ver os riscos sem ter que corrê-los,

Porque eu vou estar sempre vendo o próximo passo.

Ou então eu simplesmente estou me justificando por não dá-lo.

Abster-me à agir: é assim que eu ajo.

As vezes não dá certo, mas as vezes dá

E é ai que a platéia aplaude de pé e alguém diz mais uma vez:

“Ele nasceu pra fazer sucesso”

Mas e quando dá errado?

Eu acho que essa deve ser a hora do intervalo,

Porque todo mundo sai da frente da TV

E ninguém parece perceber que eu “acordei meio pra baixo” naquele dia.

E quando eu acho que alguém vai notar,

Começa o próximo capítulo e minhas fraquezas viram passado a contragosto.

Uns dizem que o tempo cura, mas eu acho que o tempo acumula

E uma hora o intervalo invade o espetáculo

Não triste e consolável, como deveria

Mas sim raivoso, irredutível, seco... Incontrolável.

A cena ganha intensidade, fica viva

Atravessa a tela e se infiltra em outras vidas, como um vírus

E quando eu dou por mim

Alguém já disse “corta!”

A TV desliga

E o sucesso para qual nasci cai no anonimato.