Escorre entre meus dedos.
Ainda brilha de um jeito bonito, vermelho, vivo
Mas não vai nem brilhar e nem correr para sempre
É só o tempo de o sangue acabar
Ai não vai passar de carne morta.
Enquanto não acaba, eu fico aqui, vendo meu coração sangrar na minha mão.
Sentindo o jeito que ele bate
Faz com que eu me lembre de uma música, mas faz tanto tempo já...
Esqueci a letra.
Melhor só sentir mesmo. Não vai durar pra sempre
Cada vez mais fraco, mais pálido.
Pensei em arremessá-lo longe, virar as costas e ir embora.
Mas não. Alguém poderia encontrá-lo, e achar que poderia reanimá-lo.
Não. Quero me certificar de ver sua última batida.
Só de pensar que ele não vai mais doer.
Vai ser melhor assim, uma vida etérea.
Tão etérea quanto as batidas de agora.
A primeira gota cai no chão frio.
Acho que vou enterrá-lo, deixar os vermes tomarem conta.
Afinal, não há mais volta.
Ele mal bate agora.
Está quase morto.
Que ninguém apareça pra lhe dar mais vida.
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