segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Luz, Câmera, Ação!

Eu nasci pra fazer sucesso, infelizmente.

minha vida tá parecendo um espetáculo

onde todos esperam que o fim seja triunfante.

Obviamente, eu sou o maior espectador

Porque sou eu o que mais cria expectativas,

Que torce, que se glorifica e que fracassa em silêncio as vezes.

Já me disseram que eu tenho um inteligência invejável.

E vez por outra isso se torna minha maldição,

Porque eu posso ver a vida antes de vivê-la,

Porque eu posso ver os riscos sem ter que corrê-los,

Porque eu vou estar sempre vendo o próximo passo.

Ou então eu simplesmente estou me justificando por não dá-lo.

Abster-me à agir: é assim que eu ajo.

As vezes não dá certo, mas as vezes dá

E é ai que a platéia aplaude de pé e alguém diz mais uma vez:

“Ele nasceu pra fazer sucesso”

Mas e quando dá errado?

Eu acho que essa deve ser a hora do intervalo,

Porque todo mundo sai da frente da TV

E ninguém parece perceber que eu “acordei meio pra baixo” naquele dia.

E quando eu acho que alguém vai notar,

Começa o próximo capítulo e minhas fraquezas viram passado a contragosto.

Uns dizem que o tempo cura, mas eu acho que o tempo acumula

E uma hora o intervalo invade o espetáculo

Não triste e consolável, como deveria

Mas sim raivoso, irredutível, seco... Incontrolável.

A cena ganha intensidade, fica viva

Atravessa a tela e se infiltra em outras vidas, como um vírus

E quando eu dou por mim

Alguém já disse “corta!”

A TV desliga

E o sucesso para qual nasci cai no anonimato.

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