Eu nasci pra fazer sucesso, infelizmente.
minha vida tá parecendo um espetáculo
onde todos esperam que o fim seja triunfante.
Obviamente, eu sou o maior espectador
Porque sou eu o que mais cria expectativas,
Que torce, que se glorifica e que fracassa em silêncio as vezes.
Já me disseram que eu tenho um inteligência invejável.
E vez por outra isso se torna minha maldição,
Porque eu posso ver a vida antes de vivê-la,
Porque eu posso ver os riscos sem ter que corrê-los,
Porque eu vou estar sempre vendo o próximo passo.
Ou então eu simplesmente estou me justificando por não dá-lo.
Abster-me à agir: é assim que eu ajo.
As vezes não dá certo, mas as vezes dá
E é ai que a platéia aplaude de pé e alguém diz mais uma vez:
“Ele nasceu pra fazer sucesso”
Mas e quando dá errado?
Eu acho que essa deve ser a hora do intervalo,
Porque todo mundo sai da frente da TV
E ninguém parece perceber que eu “acordei meio pra baixo” naquele dia.
E quando eu acho que alguém vai notar,
Começa o próximo capítulo e minhas fraquezas viram passado a contragosto.
Uns dizem que o tempo cura, mas eu acho que o tempo acumula
E uma hora o intervalo invade o espetáculo
Não triste e consolável, como deveria
Mas sim raivoso, irredutível, seco... Incontrolável.
A cena ganha intensidade, fica viva
Atravessa a tela e se infiltra em outras vidas, como um vírus
E quando eu dou por mim
Alguém já disse “corta!”
A TV desliga
E o sucesso para qual nasci cai no anonimato.
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