Há luz ante meus olhos. Eu fico
contemplando, em silêncio, minhas conquistas, espalhadas pelo chão, como
fragmentos desconexos de um passado qualquer. Ainda brilham, mas estão a cada
dia mais ofuscadas pelo tempo.
Por que diabos nenhuma delas me
satisfaz? No instante que as conquisto eu me sinto flutuar, mas no segundo
seguinte, elas simplesmente não são suficientes. Aí ficam assim, amontoadas
pelo chão, juntando poeira.
O que eu preciso para ter algo
duradouro? Algo que, daqui há dez anos, eu olhe e perceba que ainda brilha com
a mesma intensidade? Não vejo nada assim no meio das minhas tralhas.
Eu só queria finalmente ter o que
eu quero. Estou cansado de conquistar vitórias, que, no fim das contas, não
fazem de mim um vencedor. Só trazem frustração, sensação de impotência e, cada
vez mais, apatia. Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote, gasto todas as
minhas energias e não ter chegado em lugar nenhum.
Preciso de algo sólido, algo
real. Preciso de resultados, porque objetivos eu já tive vários. Algum deles eu atingi e, quando o fiz, só vi
que ainda não era o que eu queria, aí joguei a conquista no canto. Alguns eu
desisti, porque sabia ser esforço em vão. E, ali, no meio da pilha de
conquistas, eu vasculho fundo, e não vejo resultado.
O que está faltando? Preciso da
resposta, pois estou ficando velho demais para colacionar tranqueiras.