Olhe, pois, a aberração
Observe bem o pobre diabo que pôs no mundo.
Veja como é horrível, com dois braços e duas pernas.
Perceba que hediondo, com esse tronto ereto.
Olhe, pois, a aberração
de mil talentos disperdiçados
em adoração à sua origem
e façanhas de nenhuma importância
Olhe, pois, a aberração
de cabelos lisos, tão normais
de mente brilhante, e você sabe
de mente brilhante e perturbada.
Olhe, pois, a aberração
que tal como você, carrega um coração
que bate, que luta, que sente
Que você fez questão de quebrar em cem pedaços
Olhe, pois, a aberração
Tão simétrica, tão parecida
com o ser humano que lhe dera vida.
Olhe nos seus olhos, e perceba o nojo que nela despertou.
Olhe nos seus olhos, antes lindos, agora chorosos
Triunfe, anomalia. Sua cria desgarrou.
Um comentário:
Não tenho palavras...seu texto é perfeito e exprime bem o que também sinto!
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