E olhando suas fotos em silêncio, já parece que foi em outra vida.
Nem sei se eu te conheço mais. Nem sei se algum dia te conheci.
Mas, não me pergunte por que, parece que tudo conspira ao nosso desfavor.
E quando eu digo isso, quero dizer que, de alguma forma e contra a minha vontade, o acaso vem se encarregando de te manter logo ali, no limiar da minha vida real.
De repente, antes que eu possa adestrar meus olhos, eles se fixam em algo que inconfundivelmente me faz pensar em você, seja numa foto sua em miniatura, seja em tecido xadrez ou qualquer outra coisa que siga o seu padrão de cores. E isso machuca, daí o desfavor.
Não temos nada a ver, isso eu já entendi. Não pretendo ficar ziguezagueando pelo mesmo caminho o resto da vida. O que eu ainda não entendi é porque, apesar dos pesares, você permanece aqui. Não em corpo, nem em vontade, nem em pensamento, nem em qualquer outra forma consciente. É involuntário. Eu parei de te perseguir, e mais, eu parei de querer te perseguir, e você tratou de fazer o mesmo muito antes de mim. Então me explica por que nossos amigos em comum só aumentam? Por que uma mensagem sem sentido no meio da semana? Por que restaram tantos porquês?
Entenda: não estou procurando motivos pra parecer que algo sobrenatural nos une. Se isso fosse verdade, certamente nem chegaríamos a nos separar. Eu só quero entender a razão de seu fantasma persistir em ficar me perturbando. Talvez até seja sobrenatural, mas o é da pior maneira possível.
Ninguém gosta de fantasmas. E, sinceramente, o seu mais incomoda do que assusta.
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