sábado, 8 de junho de 2013

Dia negro.

Há certos presentes que a gente não escolhe ganhar.
Eu, por exemplo, não queria ganhar essa passagem inevitável do tempo
Isso me faz pensar no passado, e de tudo que foi deixado para trás.

Não é uma questão de se arrepender ou não
Não cabe se arrepender do que é imutável.
Certas coisas são deixadas pra trás, e ponto final.

Há certas feridas que a gente nunca deve remexer.
Eu sei que a gente já superou a nossa, mas fui pego de surpresa
às vezes a constatação de que somos nada além de passado me assusta

Somos nada além de passado. Somos nada além de vítimas do destino
Estou feliz por você, juro. Mas estou triste por nós.
Porque lá no fundo, eu sempre tive esperança de que um dia o universo enfim conspirasse a nosso favor.

Ledo engano. Há certos futuros que são inviáveis.
Começo a pensar que há mais futuros inviáveis do que alternativas
Eu só queria que tudo tivesse sido diferente. Tudo.
Que nossa história não estivesse sido escrita do avesso

Mas não importa. Há certas dores que ninguém ameniza
Nem um novo amor, nem um bom amigo, nem bebida, nem o tempo
Há certas dores que devem nos acompanhar no túmulo.

Eu deveria ter jogado meu coração naquelas águas
daquele rio, e largado ele por lá, afundando
E nunca esperar que, um dia, ele flutuasse num longínquo oceano.

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