terça-feira, 19 de março de 2013
Afundando.
As vítimas fatais são aquelas que demoram a perceber.
Quando dei por mim, já estava a meio caminho da morte.
Você aí, assistindo, de braços cruzados.
E eu aqui, afundando cada vez mais
Acho que estive destraído demais à procura do oásis
Pois nunca tinha pensado que me era dado estar tão bem assim
Você aí, fazendo caminhos sinuosos
E eu aqui, numa linha direta pro inferno.
Não vou me mover, não vou respirar
Quando mais se move, mais se afunda
E eu sou orgulhoso demais pra pedir ajuda
Pode ficar aí e me assistir afundar
Quem sabe se for demorado, terei tempo de repensar meus erros
E principalmente descredibilizar meus acertos
Pra parecer bem pobre, pra combinar com a lama
Pro espetáculo lhe parecer mais trágico
Porque a verdade é essa: é um espetáculo
E estamos no ato final, na morte do mocinho
Ele afunda, e você assiste.
Sem expressão, até que ela esteja completamente submerso
E lá embaixo há outro mundo
meio cinza, meio morto.
e você parece quase uma divindade de lá
que como tantas outras, não estende a mão
Que deve ter visto tanta gente afundando já
e talvez até ache graça, ou nem se importe
suas vítimas fatais são aquelas que demoram a perceber.
E quando dei por mim, já não ocupava lugar algum.
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