quarta-feira, 20 de julho de 2011

Going on.


Sabe, minha cabeça está erguida. Eu respiro um tanto mais aliviado agora. Eu mergulhei no mais sombrio lado de minha própria mente, conheci minha própria torpeza, e então voltei à superfície.

Quando você mergulha um objeto que nasceu pra flutuar e o solta, ele imediatamente emerge, com uma força impressionante, voa além da água, muito além de onde você o tentou prender, e então volta ao normal. Foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Eu mergulhei, emergi, e agora estou naquele voo passageiro. E, sabe, posso ver muito mais daqui de cima.

Daqui de cima, olhando pra trás, eu vejo que cometi uma série de erros. Uma série de sucessivos erros perturbadores, dos quais não tenho o menor orgulho. Mas daqui de cima, vendo-os, parei de me culpar por eles. Daqui eu percebi que não importa o tamanho do seu erro, importa o tamanho do seu esforço para consertá-lo, e, por Deus, como eu me esforcei.

Não me acuse de ter te perseguido. Ninguém tem o direito de me impedir de tentar ser feliz. Você, no meu lugar, teria feito exatamente a mesma coisa. Eu não me permitiria, daqui a dez anos, pensar em como teria sido se eu tivesse tentado, então, tentei.

Não me acuse de ser infantil. Não é todo dia que você encontra alguém que esteve disposto a reconhecer as próprias falhas só pra te fazer sentir bem, só pra você saber que eu estava arrependido.

Não cale a minha boca. Se eu quiser gritar, eu vou gritar. Não há força neste mundo que cale a boca de quem tem o dever de honra de se fazer entender. Eu só preciso, daqui de cima, falar ao vento, e mais cedo ou mais tarde minhas palavras chegarão aos seus ouvidos. Se soarão como um grito enfurecido, ou um sussurro apaixonado, ou uma inaudível respiração indiferente, eu não sei. Mas eu serei ouvido.

E quando vinha voz chegar, o vento vai levar com ele tudo o que for superficial. A poeira do tempo, que sujou nossas vidas, os sentimentos ruins que impregnaram nossas mentes e corações, e talvez os sentimentos bons que você sentiu também.

Quanto aos meus, tratei de guardá-los bem fundo, pra que o vento não seja capaz de dissipar. Se for pra alguém se desfazer deles, querendo você ou não, serei eu quem irá escolher.

Nenhum comentário: