segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dark side of me




Não sou uma boa pessoa, é bom que se saiba.

Tentei ser, por longos anos, e foi trabalho em vão.

Sustentei sentimentos alheios por muito tempo, lutei por causas perdidas por amor ao próximo. Chorei por dores que não eram, em verdade, minhas.

Mas agora meus ombros doem.

Então, antes de você depositar expectativas encima de mim, é bom que tudo esteja claro.

Não estou disposto a me anular, para não ver as pessoas magoadas.

Tenho algumas palavras desagradáveis acumuladas aqui dentro. Não quero usá-las contra você, mas quero, sim, usá-las, e pra machucar, dependendo do destinatário.

Tudo o que tem que fazer é não dar motivos para isso.

Não sou como Atlas, que sustentou o céu.

Odeio que dependam emocionalmente de mim. Odeio depender das pessoas, de que forma for.

E é por isso que você não deve tentar me engaiolar, nem esperar um conto de fadas ao meu lado.

Não sou um príncipe, eu fico melhor de vilão, ou qualquer outro personagem sem coração.

Se você não é capaz de me fazer sentir como o protagonista naturalmente, pare.

Para você, eu serei sempre uma má pessoa.

E se você sequer consegue me fazer sentir como uma pessoa, não espere humanidade de mim.

Eu posso ser realmente desumano, se precisar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Luto em ricochete




A notícia da morte, por si só, não doeu.

Foi dita brevemente, an passant, como uma informação trivial.

Uma informação trivial que imediatamente me transportou para os lados mais remotos da minha memória, para um dia qualquer da minha infância, num dia de sol, numa cidadezinha que nem me lembro qual é. Só lembro deter estado lá, e de um sorriso de um velho. Só isso.

Não lembro do rosto dele. Mas lembro que o nome dele, há muito tempo, soava como diversão, como férias, e como tantas outras coisas boas, de moleque. E agora isso está morto.

Agora, além de passado, é irreversível.

Mas a notícia não feriu. Ela mais que atordoou, me fazendo pensar em sem sentido. Coisas como saber de onde eu vim, que o sangue que parou naquelas veias é o mesmo do meu, e que talvez, quando eu for velho, aquele seja o formato do meu sorriso.

Mas que homem permanece de pé ao ver sua fortaleza ruir? Isso sim doeu.

Estou de luto pelos vivos, não pelos mortos.

Aos vivos ficam os abraços e as palavras quentes.

Aos mortos ficam o respeito e as lembranças, que hei de manter quentes, também.

Ao morto fica a promessa de fazer seu sangue orgulhoso.

Descanse em paz.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

After-battles Thoughts




I am a warrior. Bet it.
It doesn't matter how big or how many fights you have won. I am a warrior.
I have a long sword, and time is teaching me who disembowel with it.
I am losing fear of killing.

I am a fighter.Trust it.
Battles have drag some people away, and I'm slowly inuring it
Wounds kill. If they don't, you will be healed.
I got that. I stand up. I move on.

I walk through high lands. I touch the sky.
I see heads from above, beyond emotions and feelings.
I get hurt, I get harder and farer.
You won't see weak swordmen of gone days.

I myself can't see them.
Each step on is a new me. I learn to don't look back.
Behind is woe, regret, victories and defeats.
God knows what is for comming.

So, I better sharpen my blade.
It shall be more and more useful till the golden days
Head up, fell the wind, and carpe diem.
Because I am a warrior, and battles come and battles go.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mundinho Pequeno



Eu e meu mundo de meia dúzia de outros habitantes.

O primeiro foi anônimo. Mal teve tempo de respirar. Eu não queria ele no meu mundo. Foi banido, pra eu nunca saber se fiz certo ou errado em expulsá-lo.

O segundo foi a traição. Esse ainda insiste em se disfarçar de amor, sem saber que eu sei mais do que aparento. Ainda habita, por aí, nas beiradas, esperando a hora certa de ter o rosto revelado.

O terceiro foi o amigo. E dos melhores. Foi eleito co-governador desse meu mundinho, dada a eficiência em conselhos, apesar de ser ele próprio incapaz de os seguir. Habita nuca casa bonita, por aqui.

O quarto foi a loucura. Só mostrou o rosto quando eu não estava são o suficiente pra saber se era um rosto bonito ou não, e tão logo surgiu, sumiu. Mostrou sua casa, numa noite que eu queria esquecer, mas não sei onde habita, em meu mundo.

O quinto foi o anjo. Foi uma luz divina que desceu, me retirou das trevas, e voltou para o céu. Voltou chorando, ouço dizer, mas ele habitava longe demais para permanecer no meu mundo.

O sexto foi a ilusão. Foi uma palpitação iludida, daquelas que se sente no começar a gostar de gostar de alguém. Parecia perfeito, mas era ilusão. E ilusões não me pertencem. Nem ilusões, nem pessoas. Esse habita no portão, pra poder sair. E voltar, se pretender.

Meu mundo precisa de mais gente. Precisa de alguém que eu possa dizer "esse foi o amor", e então, me corrigindo, retificar: "esse é o amor", e eu não vou falar dele, pois esse texto jamais o definirá, na essência.

Só não sei quem há de ser, num mundo de meia dúzia de pessoas.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Você


Relendo minhas mágoas, eu percebo que elas são como carimbos no tempo.
Como se, de alguma forma, eu conseguisse registrar para sempre o que um dia eu senti.
Por isso, a primeira impressão que eu quero deixar neste texto é de quão feliz fui com você.
Não foi ilusão. Quando eu ri, eu ri de verdade. Quando eramos um só, nossos corações batiam, sim, num mesmo compasso. Não pense que eu menti.
Você não tem culpa dos meus erros, mas a chave do meu coração eu entreguei uma vez, e perdi, e não voltei pra buscar. Eu não precisaria da chave se eu criasse um labirinto em torno dele, um labirinto que nem eu mesmo soubesse como percorrer. 
Eu perdi meu coração, talvez por toda a vida.
Pode me chamar de covarde, mas acho que eu preferi mergulhar em morfina do que sentir qualquer coisa outra vez. Só eu sei quantas noites eu sangrei pra me ver curado. 
Mas isso não significa que você não tenha valido nada.
Sem você, provavelmente eu ainda estaria no lodo, ou morto ou louco.
Sem você, eu teria um "não" carimbado na testa, e nunca teria corrido atrás do "sim"
Daqui a muito tempo, eu vou reler isso e vou lembrar de você como um anjo.
E me parece um pecado mortal machucar anjos. 
Eu fico imaginando seu rosto agora, e de quanta decepção ele deve estar refletindo.
Não sei se teria coragem de encara-lo outra vez.
Não agora que você sabe que eu não sou o principe que você sonhou e que, se você olhar pra trás, vai ver que eu nunca passei nem perto.
Eu era feliz com você.
Mas o labirinto aqui dentro talvez tenha começado a ruir, e eu vou precisar de tempo pra limpar a sujeira.
Quando estiver limpo e apresentável, eu vou te procurar.
Espero encontrar você do jeitinho que deixei, mas acho bem improvável.
Vou me contentar com braços abertos, então.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Exumação


Pense num corpo que faleceu em 27 de junho de 2011 e que, ao falecer, sua mente permaneceu intacta, funcionando a todo o vapor. Ali, por dentro, ele pedia por socorro, pra que alguém ouvisse um grito que ele não conseguia dar.
Pense num funeral nada digno. Esse corpo foi jogado numa caixa de madeira, de qualquer jeito, e depois enfiado terra abaixo. Sem cerimônias, sem comoção. Sem sequer uma voz pra dizer adeus. E então, durante todo esse tempo, ele ficou olhando para o teto do caixão, pensando em quem fora o responsável pelo seu enterro precoce. No começo, ele ainda era capaz de perdoar, mas com o tempo, ele pode ver que, em vida, não passou de um objeto para o coveiro. 
Um objeto muito valioso pra permanecer enterrado.
Por uma ou duas vezes, talvez em sonho, ele se projetou para fora da terra. E lá estava o coveiro, com uma outra vítima qualquer sorrindo inocentemente, sem saber que ocuparia a cova ao lado. 
E então, num dia sem importância, eu ouço a terra sendo revirada perto de mim. Era um novo enterro. Finalmente o coveiro havia se cansado do brinquedo novo. 
E, estranhamente, quis o velho de volta.
Mas o velho ficou quatro meses enterrado,pensando toda noite em porque estava ali a contra vontade, pensando em todos os erros que tinha cometido, e sabia bem que não valia a pena cometê-los outra vez. Não iria pedir desculpas por coisas que não fez, nem assumiria culpas que não tinha o dever de carregar. Quatro meses enterrado muda o corpo e a cabeça de um homem. Estranho não saberem disso.
Estranho te desenterrarem depois de tanto tempo e esperar um abraço apertado e todo o carinho de volta. 
Estranho querer resgatar o passado que você mesmo enterrou. 
Não se surpreenda se ele for mais esperto que você e te enterrar na mesma vala.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tesouro




Há luz ante meus olhos. Eu fico contemplando, em silêncio, minhas conquistas, espalhadas pelo chão, como fragmentos desconexos de um passado qualquer. Ainda brilham, mas estão a cada dia mais ofuscadas pelo tempo.
Por que diabos nenhuma delas me satisfaz? No instante que as conquisto eu me sinto flutuar, mas no segundo seguinte, elas simplesmente não são suficientes. Aí ficam assim, amontoadas pelo chão, juntando poeira.
O que eu preciso para ter algo duradouro? Algo que, daqui há dez anos, eu olhe e perceba que ainda brilha com a mesma intensidade? Não vejo nada assim no meio das minhas tralhas.
Eu só queria finalmente ter o que eu quero. Estou cansado de conquistar vitórias, que, no fim das contas, não fazem de mim um vencedor. Só trazem frustração, sensação de impotência e, cada vez mais, apatia. Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote, gasto todas as minhas energias e não ter chegado em lugar nenhum.
Preciso de algo sólido, algo real. Preciso de resultados, porque objetivos eu já tive vários.  Algum deles eu atingi e, quando o fiz, só vi que ainda não era o que eu queria, aí joguei a conquista no canto. Alguns eu desisti, porque sabia ser esforço em vão. E, ali, no meio da pilha de conquistas, eu vasculho fundo, e não vejo resultado.
O que está faltando? Preciso da resposta, pois estou ficando velho demais para colacionar tranqueiras.

domingo, 11 de setembro de 2011

Redenção



Confesso: ver-te tão de perto depois de tanto tempo ainda faz meu peito doer.
Ter você ali, a centímetros de distância, e não poder te tocar por um milhão de razões ainda é um castigo.
Mas eu olhei pra você e vi muito mais.
Naquele exato momento, era como se toda a dor que você vem me causando nesses últimos meses exalasse de você. E não era só dor; era nojo, era aversão, era vontade de te fazer em mil pedaços, para que tudo, enfim, acabasse.
Você deve ter visto o mesmo em mim. Você viu o mesmo cara de quando você me conheceu: indiferente, sorridente, brincalhão e, o melhor, não dependente de você.
Você deve ter visto um par de asas enorme se assomando ao seu redor e batendo bem forte, fazendo seu odor repulsivo se dissipar em meio à multidão.
Eu vi seus olhos vacilarem por um milésimo de segundo.
Sim, eu estou de volta, o verdadeiro eu.
O idiota que morria por você era exceção.
E essa exceção a cada dia fica mais fraca aqui dentro. Eu sei que toda vez que eu te ver, ela ainda vai se mexer no meu coração, mas agora eu sou forte o suficiente pra fazê-la se aquietar novamente.
Eu nunca estive tão nas mãos de alguém como estive nas suas.
Pior: eu nunca gostei tanto de estar nas mãos de alguém.
Foi você quem ordenou que eu saísse e, olhe só, eu sai.
Não espere nada de mim.
A memória do seu cheiro bom ainda está aqui,
Mas agora eu tenho a memória do cheiro ruim, e esse é bem mais recente.
Talvez, quando as duas tiverem desaparecido, chegue o nosso momento, seja pra voltamos a ser o que éramos, seja para sermos outras pessoas.
Mas antes disso, não se aproxime.
O que os olhos não veem, o coração não sente e o cérebro não relembra.
Isso vale para mim e para você.
Vá em frente e suma.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sozinho.


Eu estou me cansando de ser repetitivo, de sempre falar sobre você, de pensar em nossos dias que se foram, de xingar pelos seus defeitos. Eu estou fraco.

Nesse meio tempo, acho que eu me tornei uma espécie de mártir. Algumas pessoas vêm acompanhando meu drama particular, alguma delas até choraram comigo. Eu venho ajudando, mesmo que sem querer, a fazer essas pessoas mais felizes, a tomarem decisões mais corretas.

Que graça tem viver assim?

Não sou um exemplo. E mais: eu não quero ser um.

Eu quero ser um dos caras que pode chegar em casa no fim da noite e rir de como tudo foi perfeito, sem sentir sua falta, sem ter que escrever textos tristes.

Estou cansado de procurar frases de efeito no meu inconsciente. Estou cansado de precisar de alguém pra conversar. Tem tanta gente pra me ouvir, mas, de alguma forma, não é disso que preciso. Eu poderia falar por horas e horas, e ninguém – absolutamente ninguém – me faz sentir bem, apensar de alguns tentarem.

E o pior é que eu sei a razão. A culpa não é deles, é minha. Estou assim porque a única pessoa na face da terra que eu queria que me ouvisse não quer fazer isso. Na verdade, ela nem se importa e deve pensar em mim como só mais um idiota. Eu mesmo me vejo assim, por estar aqui, escrevendo mais um texto, meio que sonhando que talvez, por causa deles, você preste alguma atenção.

Provavelmente eu esteja enlouquecendo, porque, apesar disso, sei que é inútil, e eu estou falando sozinho. Eu até começo a duvidar que tudo aquilo que um dia eu ouvi de você foi verdade.

Depois daquela noite em que você me deixou perdido em alguma estrada de uma cidade desconhecida eu fiquei duas vezes mais esperto, mas três vezes mais triste. E hoje, não sei porque, eu me lembrei da primeira vez que você me deixou em uma estrada, e de como eu estava sorrindo naquele dia, de como parecia que eu havia descoberto a parte mais bonita de mim mesmo. Eu tenho cada detalhe daquela noite na minha mente: a multidão, o jeito que você me olhou, como se tivesse desenterrado um tesouro, o medo que eu senti de me arrepender, o cabelo na sua nuca, você rindo por ter que erguer os pés pra me beijar. Eu só queria sentir isso mais uma vez, pra ter certeza que eu não fantasiei toda essa perfeição.

Podem me chamar de louco, de ingênuo, de cego. Podem sugerir um milhão de atitudes para eu tomar. No fim, sou eu, minhas escolhas erradas e minhas indecisões pra ficar olhando para o teto, pensando em quanta gente eu envolvi nos meus problemas, sem que nenhuma delas pudesse, de fato, me devolver você.

Alguns até parecem bem empenhados em me fazer ter a pior imagem possível de você, mas eu me conheço. Eu só tiro conclusões pelo que eu mesmo vejo, por isso eu só poderia acreditar (ou não) em você, não neles. Tudo o que eu precisava era de uma troca de olhares, que não tem perspectiva de acontecer.

Tudo que eu precisava era de você.

domingo, 21 de agosto de 2011

Underground

Eu me lembro de você se orgulhar de ter muitos amigos

E, nas suas próprias palavras, falsos, mas seus.

Como eu pude ser inocente o suficiente pra pensar que você seria diferente deles?

Eu me lembro também do moralismo que você tentou me impor.

Agora ele parece um castelo ruindo pelos alicerces,

Sendo implodido, se destruindo por si só.

Me diz: como você tem coragem de andar de cabeça erguida?

Eu sinto como se houvesse uma barreira invisível entre a gente, na horizontal.

Aqui encima estamos nós, seres humanos.

E aí embaixo estão você e seus amigos falsos.

Onde eu estava com a cabeça pra mergulhar na lama com você?

E o pior, onde eu estava a cabeça pra entregar meu coração nas suas mãos sujas?

Devolva-o limpo, do jeito que te entreguei.

Não se desculpe, não se explique, não erga a voz comigo.

Você não merece nem um segundo da minha audiência agora.

Pode ir se lamuriar com seus amigos falsos

e rir, confortável, quanto eles te disserem que você estava certo.

Mas quando for dormir, pense na preciosidade que teve nas mãos.

Não estou falando de mim. Não seu muito melhor que os outros que passaram por sua vida.

Estou falando de ter tido alguém que daria o mundo pra te fazer feliz e ter jogado fora.

Pense nisso, e pense que isso não passa de poeira agora

Poeira essa que vai se juntar a toda a sujeira que cerca seu corpo.

Ainda dá tempo de tomar um banho e retirar todo esse pó.

Se o for tomar, não se esqueça de lavar bem atrás da orelha e enxaguar em a alma.

Porque há muita podridão aí que precisa ir pelo ralo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Águas turbulentas


Por quanto tempo vamos nadar contra a maré?

Meus braços se cansaram há muito, por terem ficado tanto tempo para cima

E meus joelhos ainda doem por terem implorado tanto.

Desculpe, mas eu preferi afundar.

Não adianta me oferecer um bote salva-vidas agora.

Não percebe que o frio dessa água já foi fundo no meu peito?

Só não mais fundo que as feridas que você deixou

E que eu não te permito voltar a tocar.

Você parece um reflexo de luz que vem da superfície:

Pura beleza, mas difuso, inconstante, e só um reflexo.

Eu estou indo cada vez mais para o fundo.

Não há luz ou reflexo que me trará de volta

E se algum dia eu voltar lá para cima, você acha que valeria a pena?

Eu não serei o garotinho que você conheceu

Serei o homem que você machucou e foi forte o bastante para sobreviver

Não me confunda com um peixe de sangue frio.

Serei firme como uma rocha

Não sei se você será água o bastante para me perfurar

E se o for, leverá tempo.

Foi graças a você que meu coração esfriou.

E não espere que eu sufoque em minhas próprias palavras.

Engoli tantas delas a contragosto que terei fôlego por uma vida.

Só preciso relaxar os ombros e esperar.

A maré vai me levar para uma praia ensolarada, com ou sem você.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Más Lembranças.

E olhando suas fotos em silêncio, já parece que foi em outra vida.

Nem sei se eu te conheço mais. Nem sei se algum dia te conheci.

Mas, não me pergunte por que, parece que tudo conspira ao nosso desfavor.

E quando eu digo isso, quero dizer que, de alguma forma e contra a minha vontade, o acaso vem se encarregando de te manter logo ali, no limiar da minha vida real.

De repente, antes que eu possa adestrar meus olhos, eles se fixam em algo que inconfundivelmente me faz pensar em você, seja numa foto sua em miniatura, seja em tecido xadrez ou qualquer outra coisa que siga o seu padrão de cores. E isso machuca, daí o desfavor.

Não temos nada a ver, isso eu já entendi. Não pretendo ficar ziguezagueando pelo mesmo caminho o resto da vida. O que eu ainda não entendi é porque, apesar dos pesares, você permanece aqui. Não em corpo, nem em vontade, nem em pensamento, nem em qualquer outra forma consciente. É involuntário. Eu parei de te perseguir, e mais, eu parei de querer te perseguir, e você tratou de fazer o mesmo muito antes de mim. Então me explica por que nossos amigos em comum só aumentam? Por que uma mensagem sem sentido no meio da semana? Por que restaram tantos porquês?

Entenda: não estou procurando motivos pra parecer que algo sobrenatural nos une. Se isso fosse verdade, certamente nem chegaríamos a nos separar. Eu só quero entender a razão de seu fantasma persistir em ficar me perturbando. Talvez até seja sobrenatural, mas o é da pior maneira possível.

Ninguém gosta de fantasmas. E, sinceramente, o seu mais incomoda do que assusta.

Oração, ou meras palavras.


Através dos anos, eu fui me transformando no ser que tanto abominada, no começo. Talvez eu esteja perdendo minha religião, por ter ousado olhar pra cima. Quem me garante que vou ser castigado por ser um menino mau? O castigo virá, sendo você bom ou mau.

Lá, em meados de 2005, eu não era tão diferente do que sou hoje. Talvez mais impulsivo e mais idiotamente corajoso, mas, em essência, eu era a mesma coisa, e resolvi dar uma chance a mim mesmo. Resolvi me reinventar. De lá pra cá, tudo não passou de uma roda gigante que, como todo círculo, começa e termina em lugar nenhum.

Eu fui alto. Estive no topo por alguns minutos, há uns dois anos. Pensei ter finalmente encontrado algum sentido em orações de joelhos naquele dia, mas foi ilusão. Qualquer barco veleja calmamente em condições climáticas perfeitas. Quero ver se desliza pelas águas com tanta desenvoltura em meio ao redemoinho.

Aqui está o redemoinho, e, então, onde está aquela paz que senti há tanto tempo? Por favor, não me venha com aquele papo de que entenderei tudo lá na frente. Não é que as pessoas entendem, é que as pessoas esquecem, portanto simplesmente reconheça sua indiferença a isso tudo.

E agora, a voltinha no parque de diversões acabou, e eu estou novamente na parte de baixo da roda gigante. Depois de ter visto as coisas lá de cima e aqui de baixo, posso dizer com propriedade que não importa como você haja, as pessoas vão pisar no seu coração, e o destino – ou seja lá o nome que você dê para isso – vai sacanear com você, acredite você ou não, seja você bom ou não, perca você meia hora de sono por dia rezando ou não.

É, eu tenho pouca fé. Se sua fé é tão forte, reze por mim e me convença de que ela deu resultados. Porque é disso que eu preciso: resultados, e não pedidos feitos ao vento pra ninguém ouvir.

De qualquer forma, se é que há alguém que me ouça, aqui está uma ótima chance de me mostrar que o faz. Já pode estalar os dedos, agitar a varinha, jogar os dados, ou o raio que seja, mas, por favor, se estiver ouvindo, faça alguma coisa, ou essa sua ovelhinha vai voltar a ser a ovelha negra de outrora.

Amém.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Thank you, Gatekeeper




You know, I discovered I’m bigger than I though

I’m so big that I just don’t fit that little world anymore

Thank you for releasing me.


And you know, I discovered I’m not your slave

I didn’t give you what you want, but I gave more than you deserved

Thank you for opening my eyes.


And I have to thank you

For giving me the chance to learn

With our fucking silly mistakes

I’ll never do them with the perfect one

And for making me understand

The world is bigger than your room

And your amazing wheel of friends

In this world you were just the gatekeeper


Now I just took the key and the door is no longer locked

The light of future is entering as I’m going far away

Thank you for teaching me how to leave.


And here, outside, I get my head up

I keep my arm wide open and breathe

I have to thank you for noticing me I’m still alive


And I have to thank you

For giving me the chance to learn

With our fucking silly mistakes

I’ll never do them with the perfect one

And for making me understand

The world is bigger than your room

And your amazing wheel of friends

In this world you were just the gatekeeper


And now I’m here, should I look back?

I don’t think so, I’m not regret for things I left

Follow me if you want

Or keep right there, I thank you for showing me how don’t give a damn


And I have to thank you

For giving me the chance to learn

That some loves don’t deserve a tear

I’ll never shed them for you again

And for making me understand

The world is bigger than your room

And your amazing wheel of friends

In this world you were just the gatekeeper


sábado, 30 de julho de 2011

O que sobrou.


E pensar que eu usei minhas melhores palavras com você. .. Não há necessidade de repeti-las aqui. Não importa a palavra em si, importa só o que se quis dizer. E saber que foi tudo em vão. Esses meses todos em nossas vidas foram um desperdício? Ao menos reconheça, se o foram.

E pensar que eu usei toda a minha sinceridade com você. .. Uma sinceridade tão profunda que chega a doer, porque vai mais fundo do que normalmente costumo ser. Usei de uma sinceridade nua, inocente. Muito inocente.

E pensar que eu achei que nunca iria me magoar. .. Que toda a irritação que você às vezes me fazia passar não era nada perto de um sentimento maior. Foi idiotice ter pensado que algum dia eu fui importante pra você.

E pensar que eu me permiti confiar em você. .. Será que você mereceu mesmo minhas melhoras palavras, minha sinceridade e minha mágoa? Olhe bem para tudo isso destruído pelo chão antes de responder.

E pense se você usou suas melhoras palavras comigo. Pense em cada uma delas como uma agulha. Você poderia tê-las usado para costurar, para consertar as coisas. Você fez isso? Não me responda, não importa mais. Eu sei que eu fiz.

E pense se você usou toda a sua sinceridade comigo. E cuidado com essa. Não se esqueça que eu passo o dia detectando mentiras. Não que eu esteja dizendo que você mentiu. Se o fez, também, não importa. Se fez isso, mais cedo ou mais tarde vai entender que mentiu muito mais para si mesmo do que pra mim.

E pense se você merece a minha mágoa. Vai, olhe pra você. Seu pedestal é mesmo tão alto, tão nobre? Não, você está aí no alto por outro motivo. Aliás, você não está no alto. Fui eu que permaneci de joelhos esse tempo todo.

Pensar é um dom. Consegue fazer isso? Pois tente. Pensa e perceba que o que sobrou foram palavras, sinceridade e mágoa.

terça-feira, 26 de julho de 2011


Challenge accepted

Tonight, midnight, mean entrance

Take your Taurus with full ammo

Tonight it’s kill or die.

Stay all day planning your best tactics

Imagine all your moves before doin’em

Drink a dose of cheap whisky

Take your boots and go to hell

Right on time, there I am

Under the lamp with gun at hand

What do you see? I don’t pretend

Come on, lead us to end

And if I hesitate

Go ahead and target to my heart

You wont be able to hurt it even more

Then prepare your mercy shot

And make sure it’s real stopped

Don’t leave a duelist alive

Don’t let my blood on move

It’s dangerous with all my thoughts

And a second from the trigger

I wont hesitate twice.

You look so courageous from distance

I wanna see you kill me looking to my eyes

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Celular


Hoje eu me peguei relendo todas as mensagens de celular que você me mandou que eu ainda tenho salvas. Infelizmente, só restaram as últimas, aquelas de quando tudo o que você parecia sentir era ódio, mas eu nunca vou esquecer uma em especial, que há muito eu já apaguei. Eu lembro que eu estava em minha mesa, no fórum, trabalhando em um processo qualquer quando a imagem do meu monitor começou a tremer. Eu já sabia o que isso significava: havia um SMS a caminho. Então olhei pro meu celular e lá estava: “nova mensagem de SIM 1, e ddos”. Quando eu vi, pensei que seria só mais uma resposta ao que eu havia te mandado antes. Mas não. Era algo inesperado, algo que fez meu coração dar um pulo.

“Eu amo você. Sei que é uma palavra forte, mas é isso que eu sinto :$”. Eu já apaguei essa mensagem do meu celular, mas ela nunca se apagou da minha mente. Lembro-me de ter ficado um tempo olhando pra essa frase, meio bobo, e então respondi “Vou querer ouvir isso da sua boca, hein. Nunca cheguei a ouvir.

Pra falar bem a verdade, eu não sei. Teve uma vez que eu quase tive certeza de você ter sussurrado isso logo após uma discussão. Nunca vou ter certeza. Talvez eu só tenha imaginado mesmo.

E agora, lendo as mensagens que sobraram, não entendo onde foi parar o que você sentiu por mim. Você só me disse isso uma vez, eu não havia dito nenhuma, mas o meu sentimento ainda está aqui, guardadinho, no mesmo lugar. O que você fez com o seu? Será que ele realmente existiu? Se existiu, será que acabou? Se acabou, será que ele pode renascer?

Acho que eu nunca vou saber, embora odeie admitir. Queria saber o que você fala de mim para as pessoas, se é que fala de mim. Queria saber o que você pensa antes de dormir. Porque eu penso em você. Olho pro teto, pego meu celular, digito um “boa noite”, mas não tenho coragem de mandar.

Não tenho nem coragem de reconhecer o que você sente por mim. Fico aqui, eu e meus palpites, tentando imaginar o melhor cenário possível, garimpando as opiniões dos meus amigos pra fazer uma colcha de retalhos com as partes boas, e jogo as ruins fora.

Pode me chamar de ingênuo, porque eu devo ser mesmo. Ingênuo por ter gostado tanto de você e, mesmo a cada dia, parecer gostar ainda mais. E me pegar lembrando daquela noite, você com um pouco de bebida na cabeça, me abraçando, praticamente se apoiando em mim. Eu estava tão feliz naquela noite. Devia ter dito isso.

Daqui a três dias, vai fazer um mês que eu estou tentando juntar os cacos, sem muito sucesso. Quando meu monitor treme, quando eu vejo uma nova mensagem, a parte mais inconsciente da minha mente implora pra ver “e ddos escrito na telinha, mesmo eu sabendo que isso não vai acontecer. Ai, pra matar a vontade, vou na caixa de entrada, ver as que já recebi, mas só restaram as ruins.

Queria tanto que você me mandasse mais uma, só mais uma, dizendo “Já pode acordar desse pesadelo, Bobão, eu estou aqui com você.”. Eu me derretia quando você me chamava de bobão. Também nunca te disse isso. Mas você nem deve mais ter meu número salvo, ou, se tiver, deve estar salvo como “Nunca ligar” ou algo assim. Deve ter sobrado tão pouco de mim em você, se é que sobrou alguma coisa.

O escapulário que você me deu está ali, bem guardado no fundo da gaveta do meu guarda-roupas. Não tenho coragem de usá-lo. Ele é lindo, mas ele ficou muito pesado no meu pescoço. De vez em quando eu vou lá, pego ele, fico olhando pras duas imagens que ele tem, e depois guardo outra vez. Ele é a única coisa palpável que me restou de você. É tão pequeno, mas é tão carregado de sentimentos, os quais acho que nunca mais vou sentir por mais ninguém. Não é exagero. Ainda penso em você comigo na minha festa de formatura, rindo. Vai ser o começo de uma vida nova pra mim, e eu lembro que quando você surgiu na minha vida atual, essa vida que está por vir parecia tão mais cheia de alegria. Vou estar usando meu escapulário nesse dia. É o jeito que encontrei de dizer pra mim mesmo que, de alguma forma, você vai estar lá.

E eu penso: será que você lê o que eu escrevo? Será que você se pergunta o que é de mim? Será que você dá um sorriso saudoso quando lembra daquela nossa noite perfeita? Será que aquela noite foi mesmo tão perfeita pra você? Eu ainda posso sentir sua mão, tanto nessa noite, tanto nas vezes que ela ficou entrelaçada com a minha. Eu ainda posso sentir você tão quente.

Preciso parar de divagar. Você não vai ler isso nunca. Você não pensa em mim antes de dormir. Do meu nome eu tenho certeza que você se lembra, mas não sei que lembranças ele te traz. Não sei o que você guardou de mim. Não sei como você está. Não sei com quem você está.

Não sei mais nada daqui pra frente. Não sei porque sua mensagem está demorando tanto pra chegar.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Going on.


Sabe, minha cabeça está erguida. Eu respiro um tanto mais aliviado agora. Eu mergulhei no mais sombrio lado de minha própria mente, conheci minha própria torpeza, e então voltei à superfície.

Quando você mergulha um objeto que nasceu pra flutuar e o solta, ele imediatamente emerge, com uma força impressionante, voa além da água, muito além de onde você o tentou prender, e então volta ao normal. Foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Eu mergulhei, emergi, e agora estou naquele voo passageiro. E, sabe, posso ver muito mais daqui de cima.

Daqui de cima, olhando pra trás, eu vejo que cometi uma série de erros. Uma série de sucessivos erros perturbadores, dos quais não tenho o menor orgulho. Mas daqui de cima, vendo-os, parei de me culpar por eles. Daqui eu percebi que não importa o tamanho do seu erro, importa o tamanho do seu esforço para consertá-lo, e, por Deus, como eu me esforcei.

Não me acuse de ter te perseguido. Ninguém tem o direito de me impedir de tentar ser feliz. Você, no meu lugar, teria feito exatamente a mesma coisa. Eu não me permitiria, daqui a dez anos, pensar em como teria sido se eu tivesse tentado, então, tentei.

Não me acuse de ser infantil. Não é todo dia que você encontra alguém que esteve disposto a reconhecer as próprias falhas só pra te fazer sentir bem, só pra você saber que eu estava arrependido.

Não cale a minha boca. Se eu quiser gritar, eu vou gritar. Não há força neste mundo que cale a boca de quem tem o dever de honra de se fazer entender. Eu só preciso, daqui de cima, falar ao vento, e mais cedo ou mais tarde minhas palavras chegarão aos seus ouvidos. Se soarão como um grito enfurecido, ou um sussurro apaixonado, ou uma inaudível respiração indiferente, eu não sei. Mas eu serei ouvido.

E quando vinha voz chegar, o vento vai levar com ele tudo o que for superficial. A poeira do tempo, que sujou nossas vidas, os sentimentos ruins que impregnaram nossas mentes e corações, e talvez os sentimentos bons que você sentiu também.

Quanto aos meus, tratei de guardá-los bem fundo, pra que o vento não seja capaz de dissipar. Se for pra alguém se desfazer deles, querendo você ou não, serei eu quem irá escolher.

domingo, 17 de julho de 2011

If...


If I had a chance, our thing would never get the end

I’d have no reason to regret; I’d have a warm hug to rest in

If you’d forgive me, I’d still have a reason to laugh

I’d still have something to believe, I’d still be alive

And if we’d have a new beginning, I have a thousand better acts

If I knew the end, I’d never let it comes

If I could talk, I’d make sure you know me, the true me

And if I could touch, I’d crave every feeling in my mind forever

Can you forgive one hundred mistakes of a lost heart?

Can you go back in time and forget everything?

Or maybe can you give that smell and my smile back?

You know me too early, you were my first try

With you, I was always walking through an unknown path

An unknown and no turning back path

Can you let me travel again?

Just one ride, one ride and we’d go so far

Too far to be found, too far to be found

Now we are too far to be found.

We took different ways.

I just pray for a junction somewhere beyond my view.